
Nesta época do ano, final de ciclo na cultura do trigo no Rio Grande do Sul, é comum aparecerem doenças como ferrugem, manchas foliares e giberela. Mas nesta safra um sintoma diferente tem alertado os produtores, são lesões nas folhas, de aspecto esbranquiçado ou de queima, causadas por uma doença conhecida por bacteriose, que já esteve nas lavouras gaúchas em menor intensidade em 2008. Nesta tarde (08/10/10), a Embrapa Trigo divulgou uma nota técnica sobre o ocorrência da doença, orientando produtores e assistência técnica.
No Brasil, os danos causados com bacterioses na cultura do trigo têm sido associados a duas espécies de bactérias: Xanthomonas translucens pv. translucens, que causa a estria bacteriana da folha, doença que tradicionalmente ocorre em regiões mais quentes, e Pseudomonas syringae pv. syringae, que causa a doença conhecida como branqueamento ou crestamento da folha, resultado da ação de toxinas excretadas pela bactéria. “Nas avaliações que fizemos em laboratório, não foram encontrados sinais de Xanthomonas, confirmando a hipótese de que os danos nas folhas foram causados por P. syringae.”, afirma Flávio Santana. De acordo com o pesquisador, as bactérias podem ser favorecidas por uma série de condições do ambiente, como clima ou, até mesmo, cultivar. “Devido à característica esporádica da doença, não temos ainda resultados de pesquisa que indiquem quais cultivares são mais ou menos resistentes à bacteriose, mas nos experimentos da Embrapa Trigo observa-se claramente que os sintomas são bastante variáveis em função da cultivar”, explica o pesquisador.